7 anos atrás · Denival Couto · 1 comentário
Orientação vocacional e profissional
A Orientação vocacional é o primeiro caminho para escolher bem a futura profissão.
“Mesmo sendo de família rica, eu sempre olhei para as coisas que eu queria. Nunca para as coisas que eu tinha”. – Sansa Stark – Game of Thrones
Este artigo procurará responder as seguintes perguntas:
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O que é Orientação Vocacional? (O.V.).
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Para que serve a O.V.?
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Como funciona a O.V.?
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Quem precisa fazer O.V.?
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Qual a hora certa para fazer O.V.?
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A O.V. pode ajudar na escolha da futura profissão?
O que é e o que não é Orientação Vocacional
Ao contrário do que se pensa, os processos de orientação vocacional não se resumem apenas a um teste de aptidão.
Talvez não se resuma também à visão do status da futura carreira profissional que pode se configurar muito menos agradável do que pode parecer.
Talvez não se resuma também aos futuros ganhos auferidos com a profissão escolhida.
Talvez o grande diferencial seja o modo de vida e a longevidade da profissão.
Porém, se não houver aptidão para as tarefas exigidas no exercício dela, pode se tornar muito difícil e penosa no seu exercício diário.
Dificuldade de escolha
Escolher a futura profissão não é um processo fácil. Grande parte das pessoas formadas em cursos superiores, têm dificuldades para entrar na área escolhida.
Isso se deve, quase sempre, a falta de planejamento e ao desconhecimento do que desejam para o futuro.
Muitos engenheiros, advogados, nutricionistas, pedagogos, administradores, e tantos outros. Assim que saem da faculdade viram vendedores técnicos ou comerciais nas próprias empresas onde já trabalham.
Outras vezes vão para outras empresas atraídos por melhores remunerações, mas ainda fora da sua área de estudo.
Compra-se quem vende melhor a sua profissão.
Sempre quando levei meus orientados para visitar algum escritório, indústria ou hospital, ou trago algum profissional ao grupo de orientação, a escolha dos orientando é sempre muito influenciada pelo entusiasmo com o qual o profissional visitado ou visitante fala de seu trabalho e de sua profissão.
Quase sempre depende muito mais da apresentação do profissional e do glamour que ele deixa transparecer que existe em sua profissão, do que da identificação do orientando com aquele modo de vida e com as aptidões naturais que ele possui.
Esse entusiasmo dos alunos, geralmente dura até encontrarem outro profissional que consegue “vender” melhor sua profissão, o futuro dela e a possibilidade de ganhos dessa profissão.
Quando isso acontece, imediatamente os orientados abandonam a profissão anterior que tinham escolhido e partem para outra escolha, as vezes, totalmente diferente.
Portanto, não se faz O.V. observando-se as experiências dos outros e sendo influenciados por elas.
Trata-se de um processo onde tudo deve ser levado em conta, é preciso sair da arquibancada e entrar no jogo.
Quando se escolhe a profissão certa, qualquer que seja ela, o sucesso no futuro é quase garantido.
O resto da vida é muito tempo para quem tem menos de 18 anos?
O ideal é que a escolha da profissão seja para o resto da vida. Claro que dá para trocar e temos visto muitos jovens com menos de 35 anos terminando a segunda ou até a terceira faculdade e só então encontrando o que realmente procurava para sua vida.
Porém, esses jovens perderam muito tempo procurando encontrar suas verdadeiras vocações.
Irão começar suas vidas profissional numa idade onde a maioria dos que fizeram as escolhas certas. Portanto, já estarão no meio do caminho para o sucesso.
Há uma tendência ao pensamento de que o resto da vida é muito tempo para quem ainda não tem 18 anos.
Entretanto, não é de toda uma vida que estamos falando, estamos falando da vida profissional e essa não é tão longa assim.
Se pensarmos que a prática faz a perfeição. Quanto mais anos de prática melhores profissionais serão no futuro. Por si só, isso não representa uma garantia de sucesso.
Porém, podemos assegurar que sem o conhecimento profundo das nuances da profissão que se exerce, não haverá sucesso.
Escolha Ideal
O ideal, entretanto, será uma escolha segura em que a pessoa a siga pelo resto da vida. As chances de sucesso serão muito maiores, principalmente se o orientado não pertencer a alguma família abastada.
No caso das meninas e meninos ricos, eles podem escolher o que fazer mais facilmente pois tem dinheiro para iniciar negócios próprios.
Estes jovens ricos, geralmente estudarem nas melhores escolas, viajarem pelo mundo, conhecerem novos caminhos e tendências futuras.
Dessa forma eles podem descobrir seus talentos e vocações. Podem também apenas trabalhar nas empresas da família e se acomodar com muito dinheiro.
Mas, mesmo assim, se as escolhas não forem corretas, o resto da vida é muito tempo para alguém inquieto fazer a mesma coisa.
Certamente, eles podem trocar o sucesso por mais emoções. Podem mudar de carreira, adquirir ou abrir um outro negócio. O que não é o caso de quem não tem os pais ricos.
Como escolher
… E aí? Como escolher a melhor profissão se nem sabemos o que queremos?
Esse talvez seja o pulo do gato da orientação vocacional!
Saber levar o orientado a se conhecer na sua totalidade, suas aptidões, suas inteligências, sua auto imagem, melhorar sua autoestima, seu autoconhecimento e sua inteligência emocional.
Mas é preciso entender que a maioria das características acima, ainda não estão totalmente desenvolvidas na maioria dos jovens entre 16 e 20 anos de idade.
Afinal, essa é a idade onde normalmente eles procuram por orientação vocacional.
Os bons programas de orientação vocacional procuram levar os jovens a entenderem que sua vocação, mesmo que identificada e seguida, sem trabalho duro pode não significar nada.
Que o hábito da leitura e da pesquisa, pode melhorar sua criatividade e que a criatividade talvez seja o fator mais essencial para o sucesso em qualquer profissão.
Que a satisfação pessoal vem do reconhecimento do seu próprio valor, pois muitas vezes só o reconhecimento dos outros não nos satisfaz.
Já vi muitos profissionais de sucesso acometidos da “síndrome do impostor” (transtorno que leva o profissional a achar que seu sucesso e o reconhecimento dos outros se deve mais a sua sorte do que a sua capacidade pessoal ou profissional).
A vocação pode não estar muito claramente em cada um de nós
A vida é cheia de “momentos”, e em cada um desses momentos podemos ser uma pessoa diferente daquela pessoa que realmente somos e que seremos na maioria do resto de nossas vidas.
Uma pessoa apaixonada, por exemplo, enxerga a vida dele e a dos outros, de forma totalmente alterada se compararmos com outro “momento” em que sua visão não estivesse tão cor de rosa.
No inicio do processo de orientação vocacional, o orientado pode se encontrar em um desses “momentos”, devido a algum acontecimento que alterou sua autoimagem ou sua autoestima de forma temporária.
Portanto, há a necessidade de que o orientador tenha sensibilidade e experiência para reconhecer essas alterações e trazer o orientado para sua “normalidade” antes de iniciar o processo de O.V..
Como é feita uma boa Orientação Vocacional
Muitos profissionais ou escolas, possuem programas de orientação vocacional que são feitos em até 8 sessões, uma a cada semana.
Pessoalmente não acredito que em apenas 8 sessões se oriente um adolescente ou pós adolescente a escolher sua futura carreira com precisão e segurança.
Acredito que uma boa orientação vocacional precise de muito mais sessões e, de preferencia, que sejam feitas em grupo. Quando em grupo, as emoções se tornam afloradas e observáveis pelo orientador e pelos colegas.
Assim sendo, orientador e orientados, poderão chegar as decisões mais corretas e acertadas.
Denival H. Couto – Psicólogo e terapeuta – CRP-SP No. 06/17.798
Tags: decisões corretas, escolha da profissão, futuro, orientação vocacional Categorias: Auto Conhecimento
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