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6 anos atrás · · 3 Comentários

OS 7 MITOS DA PSICOTERAPIA

Não existem apenas 7 mitos sobre a psicoterapia, como apresentamos aqui. Contudo, identificamos os sete mitos da psicoterapia mais comuns entre as pessoas leigas. Portanto, procuraremos desmitifica-los neste artigo.

Mitos da psicoterapia - remedios psiquiátricos

Photo by Freestocks on unsplash

1 – Psicoterapia é para Doentes Mentais 

Trata-se de um dos 7 mitos da psicoterapia dos mais comuns entre as pessoas leigas.

Porém, em sua maioria, os psicólogos não tratam de doenças mentais. Doenças mentais, em geral, são tratadas com medicação por psiquiatras e neurologistas e tem um bom motivo para isso:

Em primeiro lugar, as doenças precisam ter localização específica. Portanto, a identificação do local da doença é necessária para que a medicação aja onde o problema se manifesta.

Assim, agindo no local certo de maneira certa, o medicamento pode CURAR. Porém, é claro que existem medicamentos que simplesmente aliviam os sintomas.

Do que Tratam os Psicólogos

Na verdade, os psicólogos tratam de distúrbios, síndromes e transtornos psicológicos. Tais desordens, até hoje, não têm localização identificada e sua remoção não acontece por meio  de medicamentos.

Porém, muitas vezes essas desordens mentais apresentam os mesmos sintomas de doenças. Portanto, muitas vezes são utilizadas medicações para o alívio desses sintomas.

Embora existam causas comportamentais, afetivas e genéticas, acredita-se os transtornos psicológicos são causados por problemas existenciais ou seja: pelo processo de socialização durante a vida, pelo convívio social e familiar e por interações e confrontos dos quais não podemos evitar durante a nossa existência.

Além disso, temos as experiências vividas no dia a dia e os traumas sofridos e mal resolvidos que ajudam na formação desses transtornos.

Temos outra diferença sutil entre doença e problemas psicológicos

Na doença, a CURA se dá pela erradicação das causas físicas ou funcionais responsáveis pelas alterações nos órgãos envolvidos, para tanto, são utilizados medicação ou procedimentos cirúrgicos.

Entretanto, nas desordens psicológicas, a – (cura) – se dá apenas pelo retorno à normalidade dos pensamentos, emoções e comportamentos. Nunca na erradicação completa de suas manifestações ou sintomas.

Por exemplo: Uma pessoa com transtorno de ansiedade social é bastante tímida e incapaz de interagir com estranhos. Entretanto, por meio de tratamento psicológico terá sua timidez reduzida aos níveis normais. Porém, isso não quer dizer que terá perdido totalmente a censura sobre seu comportamento.

Ainda assim, quando ela sentir-se inadequada à situação ou ao momento, poderá ficar tímida e insegura. Porém, dentro da normalidade, sempre de forma momentânea e passageira. Além disso, são momentos que passam a ser controláveis.

2 – É uma Forma de Autoajuda

Outro mito da psicoterapia.

A autoajuda é formada pelas tentativas de mostrar ao ajudado que ele próprio pode controlar suas dificuldades conhecendo a maneira certa de agir ou de se comportar.

Entretanto, na autoajuda não se remove as causas subjetivas responsáveis pelas alterações emocionais ou comportamentais.  Além disso, na autoajuda tudo é tratado como se todas as pessoas fossem iguais.

Assim, a autoajuda age como se pessoas diferentes fossem iguais e tivessem sempre os mesmos problemas e estes as mesmas causas.

Porém, sabemos que isso não é verdade! Não existe solução ideal para todos.

Entretanto, os autores de autoajuda fazem tudo parecer fácil (fácil de dizer, difícil de fazer). Porém, nem sempre as soluções apresentadas estão ao alcance de todos.

Então, as pessoas não conseguindo agir conforme os conselhos e soluções – muito fáceis – oferecidas pela autoajuda se frustram e pioram, achando-se incompetentes! “Afinal, na tela, no papel ou no vídeo tudo parecia tão fácil, por que mão consigo?!”

Por outro lado, nos processos de psicoterapia os pacientes são levados a desenvolver o autoconhecimento, melhorarem a autoimagem e a autoestima e aumentarem a autoconfiança.

Também, nos processos de auto descobrimento e autoconhecimento aprendem a identificar os seus pontos fracos e também os fortes.

Mais ainda, a psicoterapia oferece ferramentas para que o paciente traga à luz do momento presente as experiências e traumas do passado.

Essa conscientização faz os motores mentais, adquiridos ao longo da vida e que regem e enrijecem comportamentos e emoções e alimentam os pensamentos disfuncionais, perderem a força e desaparecerem.

Além disso, nesse processo os pacientes da psicoterapia adquirem habilidades para lidar com os percalços diários. Também aprendem e conseguem controlar os elementos estressores que os atacam no dia a dia e que são os principais causadores do estresse, dos medos, das fobias, culpas, insegurança e pânico.

Enfim. Podemos dizer: – A autoajuda aprisiona e a psicoterapia liberta!

3 – Psicólogo é como coruja – só escuta!

Talvez você tenha assistido a alguns filmes e seriados onde os roteiristas definem o momento da terapia conforme o interesse para o contexto da historia.

Além disso, os modelos das terapias dos filmes e series são sempre baseados no trabalho de psicanalistas, modalidade de trabalho bastante popular criada por Freud.

Neste modelo, quase sempre se vê uma figura ortodoxa, inexpressiva e impassível, com cachimbo na boca e olhar perdido.

Nesta abordagem, realmente o terapeuta  escuta bastante e fala pouco. Mesmo assim, sempre atento, faz preciosas intervenções.

Entretanto, em sua maioria, as abordagens psicológicas modernas são dinâmicas. Nelas o terapeuta faz diversas intervenções, as quais ajudam o paciente a trazer à tona, ou seja, à consciência, seus medos, fobias, traumas, culpas e pânicos. Além de experiências recalcadas que, por não serem compreendidas ou aceitas, permanecem no inconsciente.

Assim, faz parte do tratamento, orientarem e ensinam seus pacientes à identificar seus demônios. Ajudarem-nos a e se fortalecerem como indivíduos e como participantes de grupos diversos com interações mútuas e muitas vezes divergentes.

Enfim. Plagiando a psicologia positiva, o importante é:

  • Aceitar todo tipo de experiência como positiva!
  • Aprender a reconhecer nas experiências ruins a oportunidade de aprender e crescer.
  • Nas experiências amenas o reconhecimento de que elas podem se tornar melhores.
  • Sempre ver nas experiências boas e agradáveis, a oportunidade de viver momentos de prazer, alegria e bem-estar.

4 – Preciso fazer psicoterapia à vida inteira

Não. Este é outro dos mitos da psicoterapia

Todos os dias novas experiências modificam nossa maneira de ser; de perceber o mundo e as coisas ou de retificar ou ratificar nossas crenças internas.

Além disso, também diariamente modificamos a maneira que percebemos os fatos e acontecimentos e reagimos a eles…

Dependendo do grau de significância ou traumatismo dessas experiências, elas podem nos modificar com maior ou menor intensidade e rapidez… Portanto, é óbvio que podemos adquirir novas desordens mentais.

Ainda assim, a psicoterapia não precisa ser feita a vida inteira…

Entretanto, fazer psicoterapia pode ser considerado uma vantagem competitiva para a vida. Portanto, algumas pessoas alongam por anos seu tratamento.

Porém, quando isso acontece, há uma mudança fundamental no tratamento – ele passa de tratamento para uma terapia de apoio.

Na fase de apoio, são tratados os desconfortos psicológicos do dia a dia. Nela, aprendemos a lidar com os agentes estressores e a ficar atentos aos pensamentos, emoções e comportamentos.

Então, vigilantes e esclarecidos, torna-se fácil fazer os ajustes das situações, novas ou recorrentes surgidas no dia a dia.

Portanto, a psicoterapia nos prepara para assimilar as dificuldades diárias e experiências ruins de forma positiva. Assim, experiências, mesmo traumáticas, se tornam acontecimentos produtivos e proporcionam aprendizado e desenvolvimento, pessoal e social.

5 – Mitos da Psicoterapia – Terapia é caro

Este é um dos maiores mitos da psicoterapia

Caro, por definição, é aquilo que quando comparado com algo igual ou semelhante, custa mais.

Mesmo assim, alguém poderia dizer: – a terapia, por ser um tratamento recorrente e exigir consultas semanais, se torna oneroso. De custo alto.

Porém, comparado com outros profissionais necessários ao ser humano, seu custo é baixo. Bons engenheiros, advogados, médicos e dentistas, também tem custo bastante alto.

6 – É um compromisso semanal e atrapalha

Outro dos mitos da psicoterapia.

Compromissos semanais podem ser agradáveis e construtivos.

Também, por ser semanal, não quer dizer que seja enfadonho ou chato. Pelo contrário. Trata-se de encontros semanais necessários que trazem alívio para as dores do viver e podem ser úteis e agradáveis.

Portanto, é um encontro onde o paciente tem um especialista preparado para ouvir suas queixas e direciona-las com habilidade. Alguém que sabe mostrar o lado construtivo, positivo ou negativo dos acontecimentos e das experiências.

Bons terapeutas sabem direcionar os movimentos contrários ao bem-estar do paciente. Além de mostrar o lado positivo das experiências cotidianas, mesmo aquelas consideradas ruins trazidas todas as semanas ao consultório.

7 – É Difícil Saber qual o Psicólogo Certo para Mim

Mais um dos mitos da psicoterapia entre os leigos.

Não é difícil identificar o terapeuta certo para qualquer tipo de tratamento psicológico. Nesse link você encontrará o artigo – Como escolher um psicólogo.

Mesmo assim, coloco abaixo algumas características dos bons e das boas terapeutas.

  1. Verifique se ele ou ela está inscrito em um dos órgãos reguladores das profissões ou ocupação, que dão direito ao atendimento psicoterápico.
    • Se psicólogo – Cons. Regional de Psicologia do seu estado – crpsp.org – no caso do estado de São Paulo. (para outros estados, é só trocar o SP pela sigla do seu estado).
    • Se psiquiatra – Cons. Regional de Medicina do seu estado – cremesp.org.br – no caso do estado de São Paulo (para outros estados, é só trocar o SP pela sigla do seu estado).
    • Se psicanalista – a profissão de psicanalista não é regulamentada, portanto, não há um conselho que regulamenta a profissão. Portanto, a psicanálise é considerada uma ocupação. Porém, existem vários profissionais psicólogos ou psiquiatras ou mesmo neurologistas, habilitados na ocupação de psicanalista. Porém, os psicanalistas não precisam ser psicólogos ou médicos. Entretanto, quando o profissional não é médico ou psicólogo, este deverá ser associado à Sociedade Brasileira de Psicanálise em seu estado. – sbpsp.org.br – No caso do estado de São Paulo.
  2. Procure conhecer as ideias do profissional, suas obras, artigos, vídeos, etc., através de seu site, blog, canal de vídeos, livros, etc.
  3. Por último, marque uma consulta e veja se ele ou ela corresponde as suas expectativas e se você se sente bem. Se não, procure outro profissional.

Uma dúvida comum – por que o psicólogo não receita medicação?

Eu disse antes e vou repetir o psicólogo não trata, ou pelo menos, não deveria tratar doenças mentais sem a parceria de um psiquiatra ou neurologista. Doenças se tratam com medicação. Nelas, os remédios controlam as emoções e os comportamentos indesejados.

Entretanto, em paralelo ao tratamento medicamentoso, a psicologia procura tratar os efeitos colaterais causados pelos remédios e pela doença. Ou seja, ameniza o sofrimento do paciente e prepara-o para a convivência diária.

Entretanto, no caso dos transtornos psicológicos, a medicação combate apenas os sintomas e apenas pelo tempo em que o paciente toma-la.

Por exemplo: Uma pessoa com ansiedade generalizada pode ter insônia todas as noites. Então, uma medicação tranquilizante diminuirá a manifestação da ansiedade e o individuo volta a dormir como um anjo.

Porém, a medicação não cura a ansiedade. Quando o paciente parar de tomar o remédio, por vontade própria ou por causa de efeitos colaterais, em poucos dias estará ansioso novamente e a insônia voltará.

Psicólogos Tratam Transtornos Mentais

Psicólogos, entretanto, tratam transtornos mentais, que são alterações da normalidade. Por exemplo:

Todos estão sujeitos a ficarem deprimidos quando há motivos para isso e de vez em quando. Porém, quando a depressão se torna exagerada e constante, então temos um transtorno depressivo.

Portanto, a psicoterapia é a terapia da fala. O paciente fala e o terapeuta decodifica e busca as origens junto com ele. Quando encontram, oferece ferramentas e utiliza técnicas para que as desordens parem de existir e voltem à normalidade.

Entretanto, é interessante notar que não há CURA para os transtornos. No exemplo acima, a depressão continua existindo, apenas volta aos parâmetros da normalidade. Ou seja, sem exageros, de forma passageira e pouco prejudicial.

Leia também:

Ansiedade, sintomas e tratamentos

Como escolher um psicólogo

7 Benefícios da Psicoterapia

Denival H Couto – Psicólogo e Terapeuta – Inscrito no Conselho Regional de Psicologia do estado de São Paulo, sob o número CRP-17.798. Há mais de 37 anos ajudando as pessoas a se livrarem de transtornos psicológicos e distorções cognitivas.

Atendimento em São Paulo nos seguintes locais: Paulista, Faria Lima, Santana e Tatuapé.

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Denival Couto

Denival Couto

Denival Couto; Psicólogo e Terapeuta, formado em 1980, iniciou sua atuação clínica em 1983. Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, Processual e na abordagem Fenomenológica Existencial. Possui vários cursos de especialização e pós graduações, inclusive em Propaganda e Marketing.

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