6 anos atrás · Denival Couto · 1 comentário
Culpa, Medo e Insegurança – Como nos Tornamos Culpados, Medrosos e Inseguros
A culpa, o medo e a insegurança
São muito eficazes no controle do comportamento humano.
“Que atire a primeira pedra aquele que estiver livre de pecados” João cap. 8 – ver. 7
Com o versículo acima escrita no livro de João, reforçou-se o conceito de que o ser humano é antes de tudo um pecador! Embora poucos saibam ao certo o significado de pecado, os significados de pecador são bastante difundidos pelas religiões e pelas pessoas. Pode significar: impuro, fraco, perverso, desobediente a Deus, infiel, entre outros.
Portanto, os poderosos se aproveitam da predisposição para sentimentos como culpa, medo e insegurança, que indubitavelmente faz parte da condição humana, para nos transformar em pessoas dóceis, obedientes, política e socialmente subservientes e incapazes de tomar as rédeas de suas próprias vidas.
“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”
Verso de “Tabacaria” – Fernando Pessoa.
É quase isso! Sonhar é tudo que resta. Porém, sonhos sem ação não são nada! E aí está a grande questão de tudo – As ações podem causar medos, culpas, inseguranças, principalmente para quem carrega em si as culpas dos pecados, da existência, da realidade e do castigo da finitude… E, mais ainda da dicotomia – céu / inferno.
Sem luz no fim do túnel
Ecologistas, governantes, comunicadores, entre outros, fazem os humanos sentirem-se culpados até por comer uma banana! Quer ver um exemplo?
No parque temático sobre automóveis, em Wolfs-burg, na Alemanha, que também é um centro de retirada de automóveis da marca Volkswagen. Portanto, muito visitado pelos compradores de carros zero quilometro e também por turistas, existe um comparativo que podemos descrever assim:
Sobre uma mesa de acrílico do lado esquerdo tem uma banana e do lado direito, empilhados, 16 galões plásticos com 10 litros de água cada um. A mensagem é clara: “Gasta-se 160 litros de água para se produzir uma banana”!!!
Muitas pessoas ao verem essa mensagem, prometem para si mesmo nunca mais comerem banana! Além, claro, vão para suas casas carregando a culpa por serem seres tão destruidores de seu planeta, com vergonha de existir e de alimentar-se com uma fruta que “consome” 160 litros de água para ser produzida (imaginem quando souberem que para produzir 1 kg de carne bovina são necessários 18.000 litros de água!).
Porém, a intenção deles é exatamente essa! Tornar as pessoas fracas, culpadas, inseguras e até envergonhadas da existência nociva a eles atribuída e com sua contribuição para o fim das águas potáveis do planeta! Essa culpa torna os seres humanos muito mais manipuláveis e fáceis de serem conduzidos. Se não fosse essa a intenção teríamos uma placa ao lado desse comparativo:
“… E pelo milagre da reciclagem, a natureza devolve toda essa água através das chuvas,
da umidade do ar, do orvalho e de outras precipitações”.
Como não temos a placa acima, apenas o impacto da culpa permanece… E mais uma vez tornamo-nos apenas sonhadores:
“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”
Controles e mais controles – resultado – Culpa, medo e insegurança
O excesso de controle começa em casa com os pais projetando-se perfeitos sobre os filhos e exigindo que eles sejam “bonzinhos”. Em seguida vem as escolas, os grupos sociais, os patrões, as esposas, os maridos. Enfim, vivemos a vida inteira sonhando com o que podemos ser para agradar aos diversos grupos que nos comandam,
…sem sequer atentar para os nossos anseios!
Então, como não conseguimos corresponder as expectativas de todos, mais uma vez nos sentimos culpados… Fragilizados e inseguros!
É a culpa criando CONFORMADOS
… E com o peso da culpa sobre os ombros, não agimos, só reagimos… E a maioria se pergunta: – “O que posso fazer se também sou culpado?”
Como resultado temos que os medos, culpas e inseguranças pessoais, sociais, religiosas, políticas e suas consequências psicológicas, fazem do homem um ser covarde! Acima de tudo, um ser moldado pelas circunstâncias e pelos desejos dos outros.
Moldado covarde pelo medo de desagradar até aqueles aos quais não deve nada. Covarde pelos medo dos castigos que as religiões prometem. Pelo medo das ruas, da própria existência, da finitude do ser… E do castigo eterno.
Assim, tudo isso nos torna conformados, incapacitados e com transtornos mentais de todos os tipos, simplesmente pela culpa de sermos humanos, falhos, fracos, culpados, covardes e com muito peso na consciência construído pelos que detém algum poder sobre nós e por aqueles que detém o conhecimento das técnicas fazedoras de seres conformados…
…E mais uma vez nos tornamos apenas sonhadores…
“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”
Tem saída?
Claro que sim! Somos seres autônomos, capazes e, queiram ou não, responsáveis por nossas escolhas. Mesmo que elas sejam influenciadas ou impostas pela família, religião, professores, patrões, pela nossa história e pelo nosso modo de ser. Ainda assim, somos inteiramente responsáveis por elas.
Certamente, somos perfeitamente capazes de fazer novas escolhas, basta enfrentar a “covardia” que domina a todos.
A qualquer momento podemos reescrever nossa historia e conta-la para nós mesmos e para o mundo de forma diferente, enfrentando e ponderando os fatos passados para mudar o presente… Certamente, seguindo esses preceitos, nos livraremos da culpa, medo e insegurança.
“O passado é só uma historia que contamos para nós mesmos”
Samantha – Personagem virtual do filme Ela “her”
E o futuro?
O futuro é um tempo que desconhecemos e que é independe de nossos sonhos.
Depende quase que exclusivamente de nossas escolhas presentes, passadas e, principalmente de nossa evolução.
Ao tomarmos consciência de nós mesmos evoluímos.
Evoluímos como seres humanos e como seres únicos.
Assim, ao evoluir nos tornamos fortes o bastante para aguentar os contratempos da vida.
Ao evoluir nos tornamos corajosos para enfrentar nossos medos e inseguranças.
Ao evoluir nos tornamos independentes para escolher os nossos caminhos e planejar o futuro.
Entretanto, a formula mais fácil de voltar a ser forte e evoluir constantemente é começar a ser nós mesmo, mas para isso faz-se necessário livrar-nos de todos os fantasmas criados em nossa existência e declarar a nossa independência.
“O que você vai fazer com o que fizeram de você?” J. P. Sartre
Somos seres livres (temos livre arbítrio, como dizem alguns). Portanto, podemos escolher nossos caminhos de acordo com nossos desejos e necessidades e não conforme os desejos e necessidades dos outros. Sejamos nós… E então nos sentiremos livres!
Mas é preciso coragem!
Certamente, a covardia criada pelas culpas, medos e inseguranças é a mais nociva de todas as característica humanas. É ela que nos proporciona a fuga, quando deveríamos enfrentar os fantasmas que nos assombram e nos impedem de seguir em frente.
Por causa dela “engolimos os sapos” que nos são impostos diariamente por todos que nos cercam e seguimos em frente buscando sonhos. Provavelmente, cada vez mais sonhos!
“…E em nossos sonhos buscamos o prazer e fugimos da dor”.
Buscar o prazer e fugir da dor, assim como perpetuar a nossa genética e a nossa espécie, é o que define a condição de humano. Portanto, inteiramente ao nosso alcance…
…não há necessidade de sonhar… Basta ousar!
Auto ajuda?
Tudo que foi dito nesse último tópico, parece auto ajuda:
“Fácil de dizer, mas difícil de fazer…“
Portanto, não esqueça que há um batalhão de profissionais que podem facilitar sua caminhada e ajudar você a remover os fantasmas do passado e as barreiras do presente.
Além disso, eles estão aptos a ajudar você a preparar as bases de um futuro previsível e construído com escolhas conscientes.
Portanto, anime-se! Embora pecadores e falhos, podemos agir, reagir e interagir… E para agir, reagir ou interagir, não é preciso sair por aí brigando com todos ou desobedecendo as leis do país.
Então, talvez dar menos importância ao que os outros pensam sobre nós, seja um bom inicio.
“Fácil de dizer, mas difícil de fazer…”
Então, talvez juntar também ao nosso cotidiano um pouco de atenção para conosco mesmo ou ao que pensamos, ou questionar nossas reações, ou procurar saber o que nos define (sempre alerta – como os escoteiros), talvez seja mais um pedaço da solução.
Assim, talvez olhar o seu mundo como algo possível de ser mudado ou reconstruído de acordo com suas novas escolhas… Ajude a sair da zona de conforto em que você se escondeu.
Assumir-se e mudar a si mesmo é o que o fará ver o mundo de outra maneira. Portanto, se abrindo a novas experiências, temos certeza que a luz aparecerá no final do túnel.
… E não se esqueça, acima de tudo,
de tomar o seu lugar no mundo e agir… E interagir…
Reagir o tempo inteiro não leva a nada!…
Leia também: Quem sabe o que quer vai mais longe
Novos caminhos para uma vida melhor
Denival H Couto – Psicólogo e Terapeuta
CRP No. 06/17.798 – SP
Atendimento: em São Paulo. Paulista, Faria Lima, Sumaré e Tatuapé
Tags: Culpa, insegurança, medo Categorias: Auto Conhecimento
1 Comment